sábado, 16 de agosto de 2014

chave

como fosse uma arca
o menino me abre
tem chave sutil
tem tranca sutil
como fosse um baú
uma caixa marrom
uma cavalo de tróia
como se fosse uma arca
o menino tem chave
uma chave sutil
que dá chuva
nuvem de inseto
e estrela, lá longe
lá reta... no zênite
no eixo, navegante quieta
chave indireta, aberto
boneco de barro
de cera, de elo
boneca de estrela
de elo, de cera

2013

sexta-feira, 1 de agosto de 2014

errante

burra e tola
me empurra a rôla
tudo o que rola
me emburra

emburrada me enraba
o jumento
e não acaba

transa sem acabamento
parando no andamento
adia adiamento
adiantado

no cabo me acabo
não dá cabo de se acabar
acaba à disseminar
e fica entregue
o jegue

sem cabresto nem cabimento
restrito o sortimento
e dentro tudo à embolar

penso que pensa outra
e o pensamento me tira
de onde devia estar