sábado, 11 de janeiro de 2020

ave no metrô

Vasculhando imagens
Aves no metrô
Tempo que passou
Voando
.
Máscaras e lentes
Brotos de nenem
Carnaval que vem
De novo
.
E já faz 6 anos
E esses nossos planos
De viver e pronto
.
Ovo ave lua
Coisa de querer
Vida faz valer
Nasce sem saber
E solta
.
Soltos bichos 
simples
Garras dentes
pedras
Laços desenlaços
Cerdas
.
Raspas de maçã
Âmago e colher
Garfo faca concha
De mulher
.
Cria coração
Coisa casa chão
Trigo intriga e pão
.
Forma alma queima
Filme que não há
Tempo sem matéria
Hangar 
.

pari dois deuses

Pari dois pequenos deuses
Que me fazem chão
Mãos que buscam esferas
Dedos que buscam buracos
Olhos lascinantes, feras
Crateras, penhascos
Narinas gotejantes
Grutas esculpidas
Por águas salobras

Pari Deuses
Que me fazem chão
Me dormem leito
Me sorvem peito
Devorando vorazes
Em seus deleites
Minhas carnes e conceitos
Leite e confeitos
Lascivos de jeito

Os pari, e agora são externos
Dois deuses de feição mutante
Face sóbria de abismos
Velhos em pequenos corpos
Cheios do fugaz perene
E certa do presente hóspito
Eu pari dois deuses de feição