quarta-feira, 24 de agosto de 2016

Soneto do gesto viajante


Entre as pedras servis da caminhada
Na penumbra do verso refecido
O intento de luz alcança e brada
Fina lua no sonho de um perdido

Desterrado, entre tantas caravelas
Na queimança da vida se resume
Imbuído em lembranças e costumes
No limite o sufoco lhe desvela 

O que há? O porvir, e é mistério
Orquestrar as faíscas do etéreo 
Onde águas são forças em moinhos

Somos peixes sem rotas em aquários
Compelidos silêncios entre ovários
Sem ter asas nem pernas nem caminhos

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