sexta-feira, 20 de novembro de 2009

sampa

O DIA EM QUE CONHECI ROMAN POLANSKI.

"Uma simples formalidade". Foi num filme de Tornatore, tava atuando o polonêsinho. Uns anos depois fui ver um filme seu com a Brigitte Bardô num colorido preto e branco, no cine se(xy)sc. O polonêsinho estava lá, com tradutora e tudo mais, pronto para a berlinda educada e babosa do público paulista. eu nem era paulista. Será q eu ai perder a oportunidade de me amostrar? Ele me respondeu atencioso e puxando conversa, perguntou do meu pai, onde ele estava, em q trabalhava? ... Eu usava um casaco azul marinho com um vestido florido cor de outono inverno, me olhei no espelho do banheiro e me achei bonita, São Paulo era uma noite seca e fria. O casaco era emprestado e eu estava solta, só, experiênciando a cidade. Eu me espevitava naquela rua augusta descendo à jardins pra ver filme de cinema tarde da noite. Tinha comprado um livro dos irmãos vilas boas num sebo cheio de conforto. Era uma cidade tão nova... comprei luvas de pelúcia rosa no camelô da esquina com a av. paulista. Estava ali, aprendendo a metrópole “tampa do crush” desse brazil, muitos nordestinos dos sertões todos com conflito de ser... São Paulo um sertão enorme, vestindo-se... e Zé Celso gay, hablando um nu necessário. Mas mais estava lá, cara-a-cara com o diretor do bebê de Roseméri. Ele sorrindo sentado no palco, uma distância próxima, um perto inventado. Todos eram seres humanos, e uns brigavam pra aparecer mais que eu... meus cabelos estavam curtos e castanhos médios, a água da casa do meu pai era uma água boa, esquentada pelo sol armazenado nas placas de energia solar, e o cabelo tava bem sedoso, tava lindo. Meu diálogo com Roman? Foi bom... mas uma oralidade despojada... palavrapalavra... Perguntei sobre “O Pianista”, explicando antes o fato de não ter visto, mas que dentro do que sabia sobre ia explicitar uma inquietação geopolítica, de moça jovem e armada amada amando. Perguntei: como era fazer um filme sobre o martírio dos judeus, um tema já tão explorado, num momento em que o estado judeu de Israel exercia um papel nazista contra o estado/as pessoas palestinas?... Uma moça namorada de um médico que encontrei lá, coincidentemente amigo de casa de estudante de meu pai, disse que minha pergunta tinha sido idiota, genérica... etc e tal. Fiquei meio desgostosa, mas superei. Tinha uma senhora judia lá e comecei a conversar com ela, era velhinha, isso já faz uns anos, ela já deve ter desencarnado; ela nos contava q foi criança (feito o menino daquele filme com Roberto Benini) em campo de concentração na Alemanha. Ela contava sua história querendo contar. Era uma senhora bonita e não recordo seu nome... Mas, voltando ao encontro com Roman, penso que fluiu uma sintonia... muito embora, num segundo momento, tenha saído dali acompanhado de seguranças ali era um homem, gente, sendo; Bicho-velho e hablador. O velhos e eu, das ouças de calçada e noite de lua,carente de um causo, de um afago oral. Medo das dentadas, de medo, senhor Cronos devorando os filhos, devorando as pedras do aperrreio e do engano. Essas gentes também fazem a vez das pedras; densas, preciosas, litogra_fadas... Me encantam as litografias e as fadas... Safadeza boa nas moças soltas da ilha de Safos. Nas meninas de safo: a liberdade (in)terna da ilha.
Meio Polanski, meio Woody Allen. Meio Mia Farrow.

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